Tirésias ficaria um pouco encabulado com tanta ignorância vinda de uma sociedade que se julga tão evoluída. Afinal, ele foi o homem que experimentou os dois lados do sexo. Viveu como homem e como mulher, de acordo com a serpente que matava. Ficou cego pela ira de Hera, mas foi presenteado com o dom da profecia e a sabedoria universal, por Zeus. Qualquer ser humano dotado de um pouco de inteligência saberia que este mito é muito mais do que aparenta ser. É mais profundo e reflexivo. Sem filosofias baratas de butiquim resolvi escrever sobre esse tema tão destorcido. Ter a alma presa dentro de um corpo não é fácil, ninguém pode imaginar a cruz que se carrega por isso, à não ser que outra pessoa venha conversar com você em que esteja na mesma situação. Tudo é uma questão de escolha? Não, posso garantir que não. Se fosse para escolhermos o que gostaríamos de ser a resposta viria na ponta de nossas línguas: hétero, branco e rico. Parece brincadeira mas, não é. É uma simples certeza, triste, que nos ronda nesta sociedade hipócrita.
A maioria dos homens ditos héteros são contra, sendo que em sua grande parte, são os primeiros a procurarem os 'serviços' das transexuais e travestis que fazem programas na rua ou colocam anúncio no jornal. Deixam a mulher em casa para terem um prazer passivo com as que eles gostam de chamar de 'bonecas' ou 'crossdresser'. Para a surpresa da nação estes homens não buscam as travestis para serem os machos da relação, em grande maioria são eles que preferem ser as mulheres da vez e muitas vezes gostam de usar calcinha para satisfazerem seus fetiches nojentos. Claro, são machos para a sociedade e não medem esforços para deixar essa máscara enfiada em suas caras para que ninguém ouse debochar ou ofender sua masculinidade (não sei onde ela fica guardada).
Para esta sociedade de merda, ser homem significa não dar o rabo (perdoe-me pela expressão). Desde que você não faça isso você continuará sendo um macho alfa, um homem! Pode comer meio mundo, homem, mulher, animal, travesti ou transexual. Só não pode dar o rabo ok? (desculpe-me novamente)
O fato é que a realidade das transexuais e travestis é muito triste, longa demais para falar em um pouco espaço, já que meus textos são apenas desabafos, questionamentos e filosofias minhas. Pelo menos, pouca parte do que eu tinha para falar no momento eu já joguei aqui mesmo. No mais, fica dois textos que retirei da internet sobre transexualidade e travestilidade, para que possamos entender a diferença.
Transexualidade é a condição
considerada pela OMS como um tipo de transtorno de identidade de gênero, mas
pode ser considerado apenas um extremo do espectro de transtorno de identidade
de gênero. Refere-se à condição do
indivíduo que possui uma identidade de gênero diferente da designada ao
nascimento, tendo o desejo de viver e ser aceito como sendo do sexo oposto.
Usualmente, os homens e as mulheres transexuais apresentam uma sensação de
desconforto ou impropriedade de seu próprio sexo anatômico e desejam fazer uma
transição de seu sexo de nascimento para o sexo oposto (sexo-alvo) com alguma
ajuda médica (terapia de inserção de gênero) para seu corpo. A explicação
estereotipada é de "uma mulher presa em um corpo masculino" ou
vice-versa, ainda que muitos membros da comunidade transexual, assim como
pessoas de fora da comunidade, rejeitem esta formulação. Na França, deixou de
ser considerada como transtorno mental em 2010 e foi o primeiro país a tomar
esta decisão.
A travestilidade, referente às
pessoas travestis, é uma expressão de gênero que difere da que foi designada à
pessoa no nascimento, assumindo, portanto, um papel de gênero diferente daquele
imposto pela sociedade, que objetiva transicionar para uma expressão diferente.
Na maioria de suas expressões, a travestilidade se manifesta em pessoas
designadas homens no nascimento, mas que objetivam a construção do feminino,
através de suas roupas e podendo incluir ou não procedimentos estéticos e
cirúrgicos. Esta identidade possui peculiaridades em relação a outras
identidades transgêneras, em diferentes processos sociais e de
institucionalização, articulando elementos como gênero, classe, raça, etnia e
com o contexto urbano das grandes cidades.
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