Um viciado do caralho que estava na rua
me pediu atenção, continuei ouvindo meu som e o ignorei. Só ouvi ele dizendo: '
então é assim meu irmão? Deus te abençoe' - sorri e continuei caminhando na chuva
com minha sacolinha de mercado que continha macarrão instantâneo. Quem era ele para me falar de Deus?
Sorri mais ainda ao perceber que a chuva que batia o meu rosto não era a chuva
que São Pedro ou que Deus tivesse jogado sobre a cidade, mas a dádiva do
elemento mais precioso para a nossa sobrevivência: a água. Ela sim merece todo
o crédito. Ah ... e o drogado? Bom, sorrio ainda
mais por saber que antes o Deus dos deuses me julgaria insano e pecador por não
ajudar o drogado, já a minha consciência me dizia que tudo estava bem e que
cada um segue aquilo que deseja, eu estava indo pra casa, esperar o meu
namorado, todas as escolhas que fiz me levaram até um belo lar, uma boa vida,
mesmo com todos os problemas e o cara da rua, bem, as escolhas dele o levaram
até a rua, até que ele chegasse aquele ponto e eu não tenho nada a ver com isso.
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